Por Leandro Santolli
Foto : Arquivo Maíra Magno
Corpos sarados, penduricalhos brilhantes, sensualidade e ousadia. Poderíamos entender que estes são ingredientes indispensáveis a um espetáculo de dança árabe, todavia tratando-se do comando de Maíra Magno estes ingredientes dão lugar a riqueza cultural de uma outra nação, com moças vestidas literalmente dos pés a cabeça, com um toque se sensualidade sem parcela alguma de vulgaridade.
Raks el Shaabi - A Dança do Povo, resgata as danças folclóricas típicas de diversas regiões de cultura árabes, que nasceram no seio das manifestações sociais e culturais daquele povo. O espetáculo tem um formato simples e de fácil entendimento, não defende um conceito, apenas instrui. Seria então uma aula de história? Pode ser visto desta forma, e não seria ofensa por assim dizer, uma vez que antecedendo cada coreografia é exibido um vídeo com informações sobre a dança folclórica que vem a seguir, tornando-o explicativo demais, mas longe de passar uma mensagem de que o público é leigo, mesmo sendo.
A companhia dirigida por Maíra Magno insiste em espetáculos que trazem o mote folclórico, e o fazem de maneira simples, objetiva e bonita. As bailarinas demonstram estar bem ensaiadas e seguras, e por mais que a coreografia não seja executada da melhor maneira, o fazem com maestria. Coreografias bem elaboradas e que de fato evidencia a cultura do povo árabe.
Existe riqueza nos detalhes de cada cena exibida, seja nos artesanatos que compõe o aparato cênico, seja nos sete cenários que se intercalam. A direção artística não deixa a desejar em nada, não há ausência. Os figurinos são em sua totalidade bonitos e com bastante presença cênica, muito bem pensado, elaborado e executado. As bailarinas vestem-se por completo de cultura e riqueza folclórica.
Maíra Magno é a personificação da beleza quando está no palco. Quaisquer elogios seriam redundantes quando tratamos da maior e melhor bailarina de cultura árabe no estado. Só ela consegue prender o publico em suas coreografias com trilhas que chegam a 8 minutos de duração, já que estes são aproveitados ao extremo com sua técnica e sensualidade.
Não é fácil a construção de um espetáculo sobre a cultura árabe, e em Sergipe ainda pior por conta da falta de interesse das pessoas em conhecer , em apreciar , em entender, e isto não é pedir demais. Mas outras barreiras ainda podem ser apontadas como fator ponderante para a rejeição de parte do publico como o idioma árabe e a falta de noção geográfica e histórica do Oriente Médio. Contudo ‘Raks el Shaabi’ para os que entendem , gostam ou pelo menos tentam apreciar,exibe a importância do resgate cultural e o quanto é satisfatório em pleno século 21 ainda assistir bailarinas dançando com passos milenares de épocas Bíblicas.
A aula show com direção de Maíra Magno é uma tentativa acertada de passar este conhecimento adiante, e não há nada de mais belo que ver um senhorzinho árabe chorar de saudade de sua terra e de seus antepassados (como eu vi acontecer)
14 comentários:
menino so vc pra levantar minha bola depois do incidente do inicio do espetaculo
agora me fala do velhinho, quem foi?
Por Aline Queiroz
De uma sutileza e de uma inteligencia inigualável
super aula de cultura árabe
Assino embaixo! =D
Por Fabrizio Carvalho
Maíra trouxe arte e conhecimento de uma maneira bonita e simples. Tinha horas que ficava muito enfadonho, mas no geral eu gostei.
vou tirar 10 em história e geografia.
Uma maneira inteligente de apresentar um espetáculo folclórico explicando cada dança de uma forma dinâmica, com recortes de imagens de outra cultura, de outro mundo. E é isso que a Cia quer mostrar. Na verdade quer nos transportar para outro mundo no momento em que dança e a platéia toda se sente inserida neste contexto. Eu sou suspeita pra falar,pois adooooro um folclore e estou com Maira por isso.
muito obrigada fabrizio.
trablhar com folclore de imigração em uma cidade sem imigrantes é um grande desafio.
Realmente comentários como o seu nos dão folego pra continuar
Eu e meu esposo, Emmanuel, adoramos o espetáculo 'Raks el Shaabi'!
Emmanuel só foi prestigiar porque já conhece Maíra e a qualidade de seus trabalhos. E mais uma vez comprovou que ela sabe produzir uma bela apresetação.
Eu, que ainda não havia assitido a nenhum espetáculo desta Cia. de Danças Árabes, concordo plenamente com meu esposo e com esta crítica: super didático e envolvente . Lindo de se ver!
Parabéns, Maíra, pelo texto, narração, produção, coreografias, etc etc!!!
brigada minha querida, vc sabe o quanto é estressante problemas tecnicos antes de uma estreia ainda mais quando sao causados por irresponsabilidade de terceiros
muito grata mesmo
as palavras de vcs amenizam minha raiva
Eu por não morar em Aracaju não pude assistir, mas eu não tenho a menor dúvida de que tenha sido excelente. A Maira é uma biblioteca cultural em se tratando de cultura egípcia. Admirava antes de conhecê-la pessoalmente e minha admiração cresce cada vez mais, uma das minhas referências e inspirações para folclore.
Obrigada, amiga por todo trabalho e por compartilhar seus conhecimentos tão facilmente!
brigada aninha mil beijos e parabens nessa nova fase da sua vida
Maíra é simplesmente maravilhosa, pena eu morar e Salvador e não poder ver pessoalmente o espetáculo.
Tenho certeza da maravilha que foi isso. Maíra Magno é competência, força e arte. Eu adoro.
eu achei muito importante todas as imagens e a narração, as roupas muito bem feitas,as danças,gostei de tudo.
Minha unica critica é que é uma pena o grupo nao ser homogeneo.
é verdae kel, mas ali temos pessoas que dançam a 7 anos e pessaos que dançam a apenas 1 anos, meninas de 19 anos e senhoras de 50, por mais que trablhemos a homogeneidade ainda é um ideal a ser alcansado
mas isso tudo não é desculpa concordo com vc se queremos ser vistas como profissionais temos que levar isso em consideração sim
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