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sábado, 8 de maio de 2010

Galeria Álvaro Santos recebe exposição fotográfica


Na próxima quinta, 13, às 20h, na Galeria de Artes Álvaro Santos será realizada a abertura da exposição ‘Pelas Ruas de Havana’, do fotógrafo José Aquino. São 40 fotografias que retratam as peculiaridades da capital cubana. A mostra fica em cartaz até o dia 25, pode ser visitada de segunda a sexta das 8h às 18h e aos sábados das 8h às 12h.

Sobre o fotógrafo

José Aquino, 49 anos, é amante da fotografia desde criança. Começou a fotografar em 1994, quando participou de um curso no Senac. Em 2001 organizou sua primeira exposição individual ‘Retratos Alternativos’, seguida de ‘Meninos’ (2001), ‘Velho Chico’ (2002); ‘Caboclinhos e Lambe-Sujos’ (2004); ‘Vidas do Barro’ (2007) e ainda “A imagem da Sintonia Humana” (2009).

Desde 2009 ministra o Curso Compacto de Fotografia Digital, passando adiante seu conhecimento na área. Os alunos dos cursos já participaram de três exposições: ‘Crepúsculos’ (2008), ‘Em busca de Abrigo’ e ‘Sentimentos’(2009). Aos interessados em participar dos curso uma nova turma está sendo formada, com início no dia 22 de maio. Maiores informações no site do fotógrafo: www.joseaquino.com.br.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

‘Perfume’ entra em cartaz no Lourival Batista


Nos dias 6, 13 e 28 de maio estará em cartaz no Teatro Lourival Batista o espetáculo ‘Perfume’, montagem da Companhia de Dança Espaço Liso. As apresentações iniciam às 20h30. Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 15,00 (inteira) e R$7,00 (meia).

Baseado na estética da dança contemporânea, com alguns elementos teatrais , “Perfume" tem sua concepção na conflituosa relação entre amores e lembranças, que vêm à tona em fluxos da memória ativados pelas fragrâncias. O espetáculo é provocativo, apresenta sensualidade e lirismo através das linguagens do audiovisual, da música, do teatro e da literatura. Durante o espetáculo a platéia poderá sentir diferentes aromas, ativando as lembranças individuais evocadas pelo olfato. 

Elenco: André Bonfim, Raquel Leão, Dayanne Alves, Fernanda Matos , Luanda Ribeiro, Amelhinha Sá e Ewertton Nunes.
Músicos: Everson Vimes, Reginaldo Pereira, Tontoy.
Direção Musical: Tontoy
Músicas: Everson Vimes e Ewertton Nunes
Direção coreográfica: Ana São José
Concepção, Coreografia e Direção Geral: Ewertton Nunes
Trilha Sonora: UBANDU
Músicos: Everson Vimes, Reginaldo Pereira,Ângelo Litlle, Léo Silva e Tontoy
Participação especial: Héloa Rocha

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Vencendo a invisibilidade


Por Maíra Magno*

A respeito do cochicho e desconforto que o blog [Síncope] vem causando entre a classe dos bailarinos de Aracaju, gostaria de lembrar a meus colegas alguns fatos:

Na verdade é a primeira vez que temos um material escrito dedicado à crítica de nossos espetáculos, é a primeira vez em quatro edições da semana de dança e em décadas de existência das Danças Cênicas em Aracaju que alguém perde seu tempo, deliberadamente para escrever algumas linhas comentando nossos trabalhos, tivemos a matéria escrita por Natália Vasconcelos no jornal da UFS no ano passado, mas esta se dedicava mais a cena de dança na cidade que aos espetáculos  em si.

Isso significa que: 'Amém, Aleluia, Glória Deus', não somos mais invisíveis. Afirmamos tantas vezes o ser, no próprio encontro dos artistas de dança de Aracaju essa expressão foi dita várias vezes por vários colegas. Produzimos e nossas produções morrem na estréia, os espetáculos não reverberam, ninguém comenta só sobrevivem na memória daqueles poucos que o produziram ou que de alguma forma se emocionaram com este.

Como era a cena da dança em Sergipe na década de 80? Quem lembra? Onde vamos pesquisar? Quem escreveu uma linha sobre a produção dos grupos? Onde está esta memória? Como podemos saber qual foi a impressão do público sobre esta produção? Como poderemos contar esta história?Quando surgirem outras Carolinas Naturesas que quixotescamente tentarem recriar a historia da produção de dança cênica em Aracaju a partir de 2010, já temos algo escrito e publicado, 'AMÉM' entramos para a história!

Faço minha monografia sobre um pintor sergipano, a única coisa que encontrei escrita sobre o mesmo foi um parágrafo no site da Sociedade Semear. A partir desse parágrafo tracei as diretrizes de meu trabalho, imagina se eu tivesse que deduzir o que escrever sobre o cidadão se não existisse um único ponto de referência?

Gente, acordem, estamos reverberando, a IV Semana de Dança foi um sucesso tão grande que rendeu críticas, que duas pessoas que nem sequer dançam, perderam seus preciosos tempos para se debruçar á critica de alguns dos trabalhos. Como foram as outras edições da Semana de dança? Onde eu posso pesquisar? Há algo escrito? Foi bom? Foi mal? Onde encontro esse material? NADA! NENHUMA PALAVRA, até então éramos invisíveis, e agora?  Agora saímos na chuva e nos molhamos! Podemos escorregar, cair, gripar ou simplesmente tomar banho de chuva que é MUITO BOM! Só não da pra querer sair sequinho de um temporal.

Tocando em outra questão, lembram o que significa vanguarda? Vem do francês Avant Gard, ou seja, são aqueles que estão à frente da guarda, aqueles que quando forem para o front serão os primeiros a serem feridos e alvejados. As pedras atingirão primeiro neles. Quem são os vanguardistas? Os mais corajosos!

A história da arte foi feita por pessoas que ousaram desagradar, quando Nijinsk dançou “Sagração da Primavera” e “Prelúdio de um Fauno”, foi vaiado ferozmente, os críticos escreveram atrocidades sobre a obra, e o que a história nos diz?  Depois dessas obras o balé já não era mais clássico, algo tinha mudado, a história já havia sido feita, e por quê?  Porque incomodou ao ponto de escreverem não duas, mas várias linhas sobre o seu trabalho, porque o trabalho reverberou e ate hoje em 2010 é impossível estudar a historia da dança sem passar por essas obras que tanto incomodaram que foram devastadas pelos críticos.

Onde podemos pesquisar sobre a reação que esses trabalhos causaram ao público? No que foi escrito pelos críticos. Eram todos qualificados? Quem sabe! Mas é por causa deles que podemos traçar uma parte da história, agora imagina só se ninguém tivesse escrito nada? Um marco da historia da dança teria passado absolutamente despercebido. É assim em toda a historia da arte, pra mudar é necessário incomodar, e se ninguém falar nada, bem ou mal, nos manteremos na invisibilidade. E por isso eu clamo: Falem mal, mas falem de mim!

* Maíra Magno é bailarina,professora de Danças Árabes e uma das organizadoras da IV Semana Sergipana de Dança.

terça-feira, 4 de maio de 2010

'Perfumático'



Por Leandro Santolli
Foto : Divulgação


Sabiamente um antigo comercial de TV dizia que a rotina do perfume é a lembrança; exatamente desta forma apresenta-se “Perfume” da Espaço Liso Companhia de Dança, com direção, concepção e coreografia de Ewerton Nunes. O espetáculo apresenta as relações amorosas através de movimentos cotidianos, com a interação das diferentes formas de arte. Questiona a prisão imposta pelo desejo e como as relações vão se desgastando com o tempo e se tornam um disfarce para uma desordem maior.

Aparentemente o espetáculo tenta abordar de maneira objetiva e direta o vazio dos relacionamentos e o quanto estes estão ligeiramente ligados ao perfume das lembranças, analisando o que isto provoca nos indivíduos positiva e negativamente, inclusive passando a sensação da desordem gerada pela falta generalizada de tempo para escutarmos uns aos outros, para aproximarmos nossas diferenças e as colocarmos em questão.

O espetáculo inicia com os bailarinos dispersos e imóveis no palco, criando uma áurea de tensão, que se desenrola posteriormente ao som da canção entoada pelo diretor artístico da  montagem sob os acordes de um violão. A presença cênica é embalada por um incipiente tecnica vocal, que com um pouco mais de treino pode ser resolvida.

O figurino que utiliza peças de uso cotidiano foi a escolha da companhia para o espetáculo. As trocas de roupa em cena já se tornaram característicos de suas  montagens, bem como a utilização  do vermelho e do branco, utilizadas na produção anterior: 'Laços'. Outra peculiaridade da Espaço Liso é uso de projeções , que em 'Laços' dialogava com o espetáculo, mas em Perfume  não, principalmente porque não é bem produzido, então não faria falta ao espetáculo . Os adereços cênicos são muito bem utilizados, toalha, violão, arara, poltrona, tudo se completa ao que é proposto.

O elenco de ‘Perfume’ não deixa a desejar, rico em qualidade técnica e bom entendimento do seu papel no contexto da narrativa, executam os movimentos coreográficos com segurança e naturalidade. As canções da trilha foram, ou parecem ter sido, compostas especialmente para o espetáculo, letras sábias, melodias bonitas, porém a união desta trilha com as coreografias sem exagero algum nos remete aos vídeos-clip da banda Feist ou Beirut, boas lembranças sem cheiro de perfume algum.

A  escolha da participação de “UBANDO” foi uma aquisição ousada , não cabe afirmar se inteligente ou não. Héloa (vocal) tem todos os méritos de uma artista em crescente crescimento, mas destoava do grupo, talvez por nervosismo, por insegurança. A junção destas diversas linguagens ainda é confusa por parte do publico, mas aveitável já que foi a forma mais ousada e usada pelo coreógrafo.

'Perfume'  mostra ainda os mais variados tipos de relacionamentos e seus conflitos, sejá de forma hétero ou homoerótica. Não podemos dizer que é algo relativamente novo, mas se ver as nádegas de um bailarino choca parte do publico, imagine-se que além do nú, temos um beijo gay, num dos pontos mais altos e mais bonitos do espetáculo, incomodando a alguns e enchendo os olhos de outros.

'Perfume' é o espetáculo da boa contradição: simples porém rico, exagerado entretanto íntimo, bem escrito e planejado, faz jus a expectativa gerada em torno de seu desenvolvimento.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Espetáculo do entretenimento.


Por Leandro Santolli
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Está aí um gênero das artes cênicas que hoje em dia me causa certo espanto, pois sem nenhuma tradição em nossos palcos, pois passa longe do que foi o Teatro de Revista e, somente a custa de remontagens de espetáculos consagrados da “broadway”, o Teatro Musical vem ganhando a simpatia tanto da mídia, quanto da crítica. Da até a impressão de que esse gênero é algo superior à arte do teatro.

É claro que reconheço a complexidade e a dificuldade de se montar um espetáculo musical, pois reunir artistas que possuam potencial para cantar, dançar e ainda interpretar não é nada fácil. Encontrar alguém que só interprete já anda tão difícil! Sem contar que montar um espetáculo desse gênero não é para qualquer um. É coisa para peixe grande.

São espetáculos caros, que precisam de grandes patrocinadores, grandes cotas de incentivos, é muito dinheiro em jogo. Talvez esteja aí a razão de tanta popularidade de um gênero que ganhou notoriedade nos palcos de Nova York. O teatro musical feito hoje no Brasil, aliás, importado pelo Brasil é muito mais uma questão de negócio, do que uma questão de teatro.

Sem contar que os espetáculos desse gênero são elitistas, pois não é qualquer um que pode desembolsar a exorbitante quantia para pagar os seus ingressos. A mídia o tem sempre como a melhor opção de entretenimento entre todos os espetáculos teatrais em cartaz e o povo, ora, o povo!…

Se o teatro infantil é o patinho feio das artes cênicas, o teatro musical vem ganhando ares de filho perfeito. Como espetáculo, não há o que questionar. As trilhas são bem cuidadas, os figurinos, lindíssimos, os cenários, monstruosos, tudo para encantar os olhos do público. Pena que é tudo importado e sempre muito caro.

Longe de mim, desmerecer o gênero musical, o acho até bem interessante, quando levamos em conta a questão da formação do ator. Cantar, dançar, interpretar é tudo que um bom ator precisa aprender. Quisera todo ator ter a oportunidade de desfrutar da prática de tamanho exercício artístico. Quisera todo o povo ter a oportunidade de desfrutar do glamour de assistir a um espetáculo musical.

Esse Teatro musical pode até encantar os olhos, pode até conter elementos da arte do teatro, mas sempre será um gênero das artes cênicas, a arte do Teatro será sempre maior, mesmo que a mídia teime em vender um espetáculo musical como Teatro. Teatro é Sófocles, Eurípidis, Shakespeare, Nelson Rodrigues. Teatro musical é apenas um espetáculo de entretenimento.

Coletivo Insanidade


Por Leandro Santolli
Foto : Arquivo Leilinha Nascimento

Ultimamente a construção de espetáculos que usam o transtorno psiquiátrico como mote tem crescido assustadoramente, bem como os que falam de nordestino e afins, deste modo ou a Cia. sai do denominador comum ou tende a ser repetitivo e chulamente falando chato.

A Cia. Contempodança é ousada e abusada em seu espetáculo ‘Casulo’ que tem  a direção de Leilinha Nascimento  e nos remete a este universo inconsciente fruto de pesquisa e laboratório com o elenco,  onde praticamente inexistem coreografias, as que existem são executadas com tamanha técnica ou beleza, diante do contexto geral dançar ou não passa plenamente despercebido,  também não seria interessante caracterizar como teatro, mesmo vendo o elenco atuar e convencer em seus transtornos mentais.

Não necessariamente deve existir música e nem coreografia para se dançar, a Cia. Parte deste principio e lança ao publico um mix de experimentações que causam inquietudes e perturbações, mostrando com clareza o conceito do espetáculo, explorando a alienação mental e aproximando os  espectadores de um mundo visto por um outro olhar, um outro raciocínio lógico e outras relações afetivas.

O cenário composto pelas conchas acústica do TTB foi uma das grandes sacadas, bem como o uso do tecido acrobático compondo o espetáculo. A trilha assinada por Ton Toy cabe em cheio, e o próprio se faz entender como parte do processo criativo da Cia, a música é executada ao vivo, os mais variados sons dos instrumentos mais inesperados, o chão do procênio talvez seja o melhor exemplo disto, Sulanca também é uma acertada opção na composição da trilha, não poderia ser mais inteligente.

Sérgio Robson assina a iluminação e a direção artística e o faz com grandiosidade, sem grandes efeitos, sem grandes novidades, porque talvez nem coubesse, ainda assim é muito bem elaborada e rica, agrega o espetáculo e não é insano.

Se a finalidade do espetáculo era a de impressionar, o fez com grandeza, envolveu o publico, gerou opiniões controversas, causou frisson, gerou desconforto e agradou a muitos, ainda é possível notar que o nu em cena choca parte do publico sergipano, porém se formos ponderar o mesmo, ver as nádegas de um bailarino no teatro e ver as dançarinas de bandas de forró desta cidade em suas coreografias vulgares é só uma questão de ótica,  então qual o motivo de tanto alarde ?

‘Casulo’ é daqueles espetáculos que vale a pena assistir, principalmente por que nunca irá existir uma opinião formada sobre o que é apresentado, e se existir nunca será a mesma.

domingo, 2 de maio de 2010

Aula Show ?


Por Leandro Santolli
Foto : Arquivo Maíra Magno

Corpos sarados, penduricalhos brilhantes, sensualidade  e ousadia. Poderíamos entender que estes são ingredientes indispensáveis a um espetáculo de dança árabe, todavia tratando-se do comando de Maíra Magno estes ingredientes dão lugar a riqueza cultural de uma outra nação, com  moças vestidas literalmente dos pés a cabeça, com um toque se sensualidade sem parcela alguma de vulgaridade.

Raks el Shaabi - A Dança do Povo, resgata as danças folclóricas típicas de diversas regiões de cultura árabes, que nasceram no seio das manifestações sociais e culturais daquele povo.  O espetáculo tem um formato simples e de fácil entendimento, não defende um conceito, apenas instrui. Seria então uma aula de história? Pode ser visto desta forma, e não seria ofensa por assim dizer, uma vez que antecedendo cada coreografia é exibido um vídeo com informações sobre a dança folclórica que vem a seguir, tornando-o explicativo demais, mas longe de passar uma mensagem de que o público é leigo, mesmo sendo.

A companhia dirigida por Maíra Magno insiste em espetáculos que trazem o mote folclórico, e o fazem de maneira simples, objetiva e bonita. As bailarinas demonstram estar bem ensaiadas e seguras, e  por mais que a coreografia não seja executada da melhor maneira,  o fazem com maestria. Coreografias bem elaboradas e que de fato evidencia a cultura do povo árabe.

Existe riqueza nos detalhes de cada cena exibida, seja nos artesanatos que compõe o aparato cênico, seja nos sete cenários que se intercalam.  A direção artística não deixa a desejar em nada, não há ausência. Os figurinos são em sua totalidade bonitos e com bastante presença cênica, muito bem pensado, elaborado e executado. As bailarinas vestem-se por completo de cultura e riqueza folclórica.

Maíra Magno é a personificação da beleza quando está no palco. Quaisquer elogios seriam redundantes quando tratamos da maior e melhor bailarina de cultura árabe no estado. Só ela consegue prender o publico em suas coreografias com trilhas que chegam a 8 minutos de duração, já que estes são aproveitados ao extremo com sua técnica e sensualidade.

Não é fácil a construção de um espetáculo sobre a cultura árabe, e em Sergipe  ainda pior  por conta da falta de interesse das pessoas em conhecer , em apreciar , em entender, e isto não é pedir demais. Mas outras barreiras ainda podem ser apontadas como fator ponderante para a rejeição de parte do publico como o idioma árabe e a falta de  noção  geográfica e histórica do Oriente Médio. Contudo ‘Raks el Shaabi’ para os que entendem , gostam ou pelo menos tentam apreciar,exibe a importância do resgate cultural e o quanto é satisfatório em  pleno século 21 ainda assistir bailarinas dançando com passos milenares de épocas Bíblicas.

A aula show com direção de Maíra Magno é uma tentativa acertada de passar este conhecimento adiante, e não há nada de mais belo que ver um senhorzinho árabe chorar de saudade de sua terra e de seus antepassados (como eu vi acontecer)

sábado, 1 de maio de 2010

A poesia do encontro


Por Leandro Santolli
Foto : Lúcio Telles

A delicadeza do desabrochar de uma rosa, unido a sutileza de movimentos coreografados e a beleza ora singular , ora pluralista , é desta forma que  desponta no cenário de dança sergipano o Grupo de Dança Rosa Negra.

Em seu espetáculo de estréia as bailarinas dão vazão aos sentimentos mais poéticos, criando uma atmosfera de cumplicidade entre as artistas e o publico, firmes e seguras elas sustentam o sua produção de maneira ímpar, levando os expectadores a uma reflexão do conceito de humanidade pautado na beleza simplória das coisas e na substituição da fala pelo gesto, este por sua vez vem substituir o homem máquina moldado pela velocidade resultante do desenvolvimento das tecnologias de transporte e dos meios de comunicação  pelo homem imerso em afeição e doçura, portanto é bem verdade quando o autor da canção diz “ que bobagem, as rosas não falam, simplesmente as rosas exalam...”

Carolina Naturesa, Gabriela Carvalho, Izabella Santos e Renata Carvalho fazem de seu corpo poesia , a poesia do encontro entre  acúmen e benevolência e  adentram no terreno controverso e escorregadio sobre as possibilidades de reconstruir e reinventar identidades transitórias no corpo, mas o fazem de maneira plausível e objetiva.

‘Gesto’ marca o início de uma grande jornada para estas mulheres que desabrocharam no palco e que numa sutil metáfora irão transformar os aplausos em entusiasmo criador. As rosas agora são corpos dilatados pelo silencio , mas neste caso trata-se de um lugar de enfrentamentos capaz de gerar resistência e aprendizagem