Por Michel Oliveira
Foto: Fábio Pamplona
Não se pode dizer que a Cubos Companhia de Dança amadureceu com o espetáculo ‘Reverso’. A companhia já estava madura desde as montagens anteriores. Os cinco bailarinos se multiplicam no espetáculo ‘Multipleto’. O figurino é etéreo, leve. A trilha é cativante e a variedade dos movimentos mostra o preparo de Rodolpho Sandes, Isabele Ribeiro, Julia Delmondes, July Ellen Lázaro e Viviane Gonzaga. E se a companhia é formada por cubos encontraram um excelente encaixe, a sintonia é nítida.
Mas em ‘Reverso’ a história é outra. Procura nuances que muitas vezes passam despercebidas, apesar de serem explícitas. São as lavadeiras no rio, o assuar de nariz, a ‘sibiteza’ e a ‘munganga’. A vida e a morte em contínua coreografia. Um Nordeste de dramas e alegrias. De um povo que sabe chorar, mas que também sabe fazer festa. De namoricos na janela. Cortejos e procissões. Som de pífano, de maracatu, de pisada de pé. E como não podia faltar: água.
O figurino, assinado por Altair Santo, ganha fluidez com a precisão do corte e com o uso de forros leves, como tules coloridos. As cores são neutras, preto, branco e cru, com exceção do figurino vermelho, feito de malha trabalhada com textura de fitas de cetim. Ruptura necessária para evitar o previsível.
No fundo do palco uma cascata brilhante desce do teto até o chão. Uma cachoeira de anéis de garrafa pet, abuso da cenografia que enche os olhos. Estrelas do mesmo material se acendem com um foco de luz. A iluminação é precisa, focos em pontos específicos do palco. Em outros momentos feixes de luz são projetados, nunca revelando o todo. Há sempre uma penumbra envolvendo os movimentos. A trilha sonora é um passeio pelo repertório popular, de um nordeste que se expande além das fronteiras.
O espetáculo pretende fazer uma desconstrução do Nordeste, mostrar seu avesso. Mas o que ele consegue, e de forma muito acertada, é retratar. Um retrato coreografado de jeitos de ser. Sem caricaturas, nem estereótipos. A pretensão não é fazer um tratado sobre o Nordeste, mas mostrar um olhar, um recorte. Direito ou avesso? ‘Reverso’.
Mas em ‘Reverso’ a história é outra. Procura nuances que muitas vezes passam despercebidas, apesar de serem explícitas. São as lavadeiras no rio, o assuar de nariz, a ‘sibiteza’ e a ‘munganga’. A vida e a morte em contínua coreografia. Um Nordeste de dramas e alegrias. De um povo que sabe chorar, mas que também sabe fazer festa. De namoricos na janela. Cortejos e procissões. Som de pífano, de maracatu, de pisada de pé. E como não podia faltar: água.
O figurino, assinado por Altair Santo, ganha fluidez com a precisão do corte e com o uso de forros leves, como tules coloridos. As cores são neutras, preto, branco e cru, com exceção do figurino vermelho, feito de malha trabalhada com textura de fitas de cetim. Ruptura necessária para evitar o previsível.
No fundo do palco uma cascata brilhante desce do teto até o chão. Uma cachoeira de anéis de garrafa pet, abuso da cenografia que enche os olhos. Estrelas do mesmo material se acendem com um foco de luz. A iluminação é precisa, focos em pontos específicos do palco. Em outros momentos feixes de luz são projetados, nunca revelando o todo. Há sempre uma penumbra envolvendo os movimentos. A trilha sonora é um passeio pelo repertório popular, de um nordeste que se expande além das fronteiras.
O espetáculo pretende fazer uma desconstrução do Nordeste, mostrar seu avesso. Mas o que ele consegue, e de forma muito acertada, é retratar. Um retrato coreografado de jeitos de ser. Sem caricaturas, nem estereótipos. A pretensão não é fazer um tratado sobre o Nordeste, mas mostrar um olhar, um recorte. Direito ou avesso? ‘Reverso’.
1 comentários:
não me cabe aqui fazer comentários sobre esta postagem, de certo estamos TODOS MUITO REALIZADOS em poder compartilhar com todos o que produzimos com tanto amor e dedicação, agredecemos encarcecidamente o apoio e o reconhecimento. Por verdade, venho aqui elogiar o belo trabalho que presencio neste blog, além de muito bonito, muitíssimo bem escrito, e fica claro: estão batendo Aracaju de caboo a rabo para nos deixar a par do que acontece de bom por aqui. abraços e parabéns.
July Ellen Lázaro (CUBOS)
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